segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Emprego do Futuro

Nos meus tempos de executivo de multinacional, nunca parei pra pensar em como seria o emprego no futuro, de forma estruturada. Um executivo tem a estrutura mental focada no mês seguinte, ação e reação. Mas o emprego do futuro existe e vem sendo construído por mudanças e atitudes estruturais das próprias empresa.

De Masi
"Se trabalho fosse positivo,
no Paraiso se trabalharia."
Viver o ambiente corporativo não vai ser mais a prioridade. As pessoas vão focar menos as empresas, deixar o emprego e passar a prestar serviços, por empreitada. Ainda que não seja o mais comum, isso já é fato. O emprego do futuro também depende de se ter redes sociais consistentes e duradouras pra servirem de suporte – como na vida real, bons profissionais caem “na boca da rede” rapidinho. Como as web companies vão comprando umas às outras, somente as redes com finalidade clara ficarão. E uma rede que se preze está no ar 24 horas por dia - as interações não terão mais horário específico em função dos fusos – com isso, vai indo pro ralo o conceito de carga horária e horário fixo. Vai ser cada vez mais raro uma empresa onde os ex-funcionários (e agora freelancers) entram as 8hs e saem as 17hs – os poucos que frequentarem a empresa, claro. E já que o sujeito vai ser mesmo o dono do nariz (e das contas) dele, o trabalho tem que ser envolvente, apaixonante e jamais atrapalhar as horas de lazer e prazer – esse fator vai ser determinante na escolha dos projetos. Lynda Gratton, professora da London Business School e autora de livros e estudos sobre o futuro do emprego no mundo, afirma que é da pessoa a responsabilidade por criar valor para seu próprio trabalho – esse diferencial vai definir os melhores profissionais para os melhores projetos. Taí a chave para as transformações que virão.
Como tudo tem o lado negro da força, esse “novo emprego” vai exigir que as pessoas definitivamente assumam o controle – não vai ter mais nenhum ombro por perto pra por a culpa se o faturamento do mês não vier e as contas são o patrão mais severo, sempre. Rodolfo Araújo, colunista de VOCÊ S/A, comenta uma pesquisa onde dois grupos distintos tinham que dar valor ás ações de duas empresas distintas mediante análise do relatório de desempenho de cada uma – cada grupo recebeu o relatório de apenas uma empresa. Pois a empresa que atribuía o próprio fracasso à ações equivocadas e estratégias mal formuladas foi a mais valorada. À empresa que botou a culpa em fatores externos e alheios à própria vontade (economia, concorrência, se estava chovendo, fazendo sol...), recebeu valor menor por ação. Não vejo como possa ser diferente com pessoas – gente que assume erros e trata de resolvê-los, vale sempre mais. Antes que eu esqueça, uma boa notícia - OS CHEFES DE HOJE VÃO SUMIR DO MAPA. A hierarquia terá que ser bem mais flexível e colaborativa, ou não vai conseguir acompanhar a dinâmica do trabalho globalizado. Resta resolver o eterno dilema – você sabe o que vai fazer aos 50 anos? E aos 60? A expectativa média de vida é de 73 anos e subindo. Então quem não nasceu em berço dourado, precisa pensar nisso urgente.

No final das contas, parece que "o basquete" nunca foi instríseco ao ser humano. Domênico Demasi, no livro "O Ócio Criativo", observa que "Tenha o Paraíso sido criado por Deus, tenha sido inventado pelos homens, se o trabalho fosse um valor positivo, no Paraíso se trabalharia". Parece que esse é um ponto comum entre as religiões. Se "emprego" é uma palavra em extinção, o que vier vai depender da nossa capacidade de adaptação. Que venha então.
fonte: Revista Você S/A 

sábado, 28 de janeiro de 2012

Lula e Michel Teló – tudo a ver com a Suíça


Ana Paula Falk,
direto de Zurique, Suiça
Imagine um bate-bola de rádio, tipo “Jovem Pan dos Alpes” - perguntavam pra um político suíço (cujo nome em português é simplesmente impronunciável) onde passar as férias, em quais restaurantes comer em Zurique, onde levar um turista pra ver coisas legais, essas coisas. Perguntas que exigem respostas diretas, sem frescura.  Aí veio a pérola: o locutor pergunta “cite um político” e a criatura me larga essa: “Luulá!” (a pronúncia deles soa desse jeito mesmo, com acento agudo). Me dei conta da abissal inocência do suíço (no caso, mesmo pra um político) e de quão o marketing político bem feito faz tantos milagres quanto um jogador de futebol famoso dançando “Ai se eu te Pego”. O que eu penso sobre o ex-presidente ou o Michel Teló não vai mudar o fato de que são queridos por aqui. Lula é o Michel Teló da política e ponto.
Michel Teló - "Ai se eu te pego",
na minha câmera, jamais!
Morro de curiosidade para saber como seria, ver milhares de suíças dançando a música de Michel Teló e cantando “Ai se eu te pego” sem a menor idéia do que elas estao falando. Não adianta o Youtube remover, o show dele em Zurique vai ficar nos celulares e maquininhas de muita gente pra todo o sempre (na minha máquina, não!). As suíças são um barato. Outro dia uma cantou o refrão perfeito e veio me perguntar se eu conhecia a música. Ela não sabia o que dizia a letra e cantava com entusiasmo. Me lembrou o esforço que a gente fazia pra cantar em inglês num tempo em que tudo o que vinha dos “states” pré subprime era o “must”. O Brasil tá moda, o Michel Teló também e as coisas aqui em Zurique realmente estão mudando. “Micheletos e Michelettes”, desculpem-me, mas pra quem já viu tocar Elis Regina nas rádios locais, tá complicado. Tem coisa melhor pra cair no gosto deles, até a Ivete Sangalo, mais eletrizante e com um conteúdo melhorzinho. Pensando por esse lado, melhor não entenderem a letra mesmo.
Aninha Falk, pro “SeES!”, de Zurique.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Comerciais de Cerveja + Mulherada pelada = Miopia Estratégica


Mulher objeto - basta de miopia estratégica

Quando algumas das marcas de cerveja começaram a substituir mulher pelada por apelos mais sagazes e inspirados, comemorei. Mas parece que comercial de cerva sem apelo erótico e machista dá coceira em alguns publicitários brasileiros. Ou então talvez meter a Adriane Galisteu (já meio passadinha e “arroz de festa”, vamos combinar) numa propaganda de “Cervejão” dê menos trabalho ao pessoal de criação, não sei. A fórmula “sol+verão+praia”, mesmo que não tenha mulher, já é manjadérrima por si só e sem estilo. Pra começar, o universo feminino é também consumidor e, em muitos ambientes, bebe mais que o homem. Então não já não faz muito sentido elas serem o “alvo da conquista” ou o “prêmio” pro camarada que prefere essa ou aquela marca. Cadê o pessoal de inteligência de mercado?
A Sophia Mind, empresa especializada em pesquisar o mercado para mulheres, entrevistou quase 3 mil delas e encontrou dados perturbadores: 47% consomem algum tipo de bebida alcoólica. Desse universo, 88% bebem cerveja. Aliás a cerveja só perdeu pro vinho na preferência das mulheres. Numa prateleira de supermercado, 63% das mulheres escolhe a marca que vão beber. No entanto, 70% do universo pesquisado concorda que as propagandas são machistas e mal direcionadas. Segundo a pesquisa, existiria até mesmo espaço para a existência de uma cerveja feminina – mais leve e de baixa caloria. E esse negócio de mulher pelada com cara de “pidona” tá virando clichê de mau gosto. Publicitários, uni-vos em torno de um trabalho mais inspiradinho. Vejam a propaganda da “Bud” que legal. Na web tem trocentas outras muito boas.  
fonte: Pesquisa Sophia Mind 2010.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Grafeno - Admirável Chip Novo


Grafeno
fino, leve, resistente e resiliente

Imagine um matérial que seja cerca de cem vezes mais forte que o aço estrutural. Ou, quem sabe, o absurdo de um elefante equilibrado sobre a ponta de um lápis. Essa seria a força necessária pra quebrar o que é considerado o material mais resistente já medido pelo homem – o grafeno, uma estrutura hexagonal (como favos de mel) e cuja folha (ou membrana) tem a espessura de um átomo. Foi descoberto em 2004 pelos cientistas Andre Geim e Kostya Novoselov, que em 2010 ganharam um Prêmio Nobel em Física pelo feito.
Prof. Andre Geim
Nobel em Física
Já foram testadas amostras microscópicas do grafeno e feitas avaliações de resistência, elasticidade e ponto de ruptura com o objetivo de identificar várias possíveis utilidades no futuro. Mas foi um cientista brasileiro, Daniel Elias, o autor de uma das descobertas do que pode ser a mais nova e permanente revolução eletrônica: o grafeno possui também velocidade de condução cerca de sessenta vezes maior que a do silício, o que significa computadores absurdamente mais rápidos do que os de hoje. Mas ainda tem mais. Para conduzir eletricidade, é tão bom quanto o cobre. É muito transparente e um ótimo condutor, o que o torna adequado para telas touch screen, painéis de luz e até mesmo células para captação de energia solar. É possível desenvolver equipamentos incrivelmente finos, elásticos e superleves – coisas tipo um smathphone ou ipad incrivelmente fino e dobrável, como uma folha de papel. Baterias dez vezes mais potentes e com tempo de recarga dez vezes mais rápido do que o lítio sozinho estão sendo testadas com grafeno na sua composição.
Não é a toa que instituições como Boston University, MIT, Havard, Berkeley, Stanford, Manchester, Oxford, Universidade Autonoma de Madrid, Universidade de Leiden, Escola Normal Superior de Pisa, mantêm grupos de cientistas empenhados em estudar o grafeno. Grandes empresas então atentas e atuantes a esse movimento – a INTEL financia um grupo de pesquisa especialmente focado no grafeno, na Universidade Georgia Tech (Georgia, U.S.A). A nanotecnologia, ainda que sempre surpreendente, se rende a um fato: nada tão inovador e interessante tem surgido nos últimos anos com relação a descoberta de materiais revolucionários. Vai precisar mais do que uma manada de elefantes sobre centenas de pontas de lápis para explicar um movimentos desses. Veja video abaixo.
fontes: Inovação Tecnológica website, Exame Info, Ciência Hoje website, G1 Ciência e Saúde e Folha.com

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Takeda reestrutura Força de Vendas - menos 2.800 postos de trabalho

Como parte do plano de alinhamento global pós-compra da Nycomed Pharma, a farmacêutica japonesa Takeda anunciou o corte de 2.800 postos de trabalho em sua Força de Vendas. Esta reestruturação se dará principalmente nos Estados Unidos (700) e Europa (2100). A fusão de unidades de produção e pesquisa ou até a extinção de algumas delas também faz parte do plano, principalmente na Europa. Com este alinhamento, a Takeda pretende economizar mais de 2,6 bilhões de dólares de 2012 até 2015.

Segundo o CEO da companhia, Yasuchika Hasegawa, "embora as nossas operações em mais de 70 países sejam mais complementares do que se sobrepõem, há uma série de áreas onde teremos que fazer mudanças".

Não Tenho Tempo


O Professor Luiz Marins é um gênio. Anos a fio dizendo as mesmas coisas que anos a fio continuam a fazer sentido. Diz coisas banais, aparentemente tão simples e que a gente não pratica. Quando leio uma “pérola” como essa abaixo, fico dividido entre dois sentimentos: o da obviedade (claro que todo mundo faz isso o tempo todo) e o da sagacidade (mas afinal, porque a gente sabe que não deve e faz?). Ah, esse Professor Marins...
Professor Marins
Não tenho tempo - Há pessoa para as quais o dia parece ter apenas 18 horas. Vivem dizendo que não tem tempo, que estão ocupadíssimas e parece mesmo que não fazem nada que realmente seja essencial. O Papa Paulo VI só dava novos cargos a Bispos e Cardeais que já tinham muitas atividades. Ele dizia que somente quem faz muita coisa arranja tempo para fazer ainda mais. (Professor Luiz Marins - Motivação & Sucesso)
 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ninguém precisa de um BBB

Não me sofri de falar da notícia do momento, chover um pouco no molhado. O caso de um camarada que transa com uma garota sem o consentimento dela, depois de um porre homérico - coisa séria, caso de polícia. E, em horário nobre, é o que exatamente? Não me interessa o tal do BBB, nunca me interessou. Esses dias li que esse programa já tem mais de dez anos de Brasil, impressionante. À exceção do “patrão” Silvio Santos, programas longevos não são muito a cara das televisões brasileiras. Não lembro de outro exemplo com tanto tempo no ár.
Um produto longevo, popular, dando retorno como se fosse lançamento e com impecável relação custo versus investimento  é o sonho de toda empresa dentro do seu negócio. E esse BBB é só mais um produto televisivo longevo, ponto. O público? Voyeurs aos milhões. Quem quiser, consome. A miséria começa quando um produto televisivo leva pra dentro das casas uma cena de estupro e trata isso apenas como “quebra de regras”. Hipocrisia séria. Não dá nem pra dizer que é moralismo, é sobrevivência mesmo. Tudo tem um limite e no caso de um BBB, o limite precisa ser o da cidadania. A televisão precisa fazer sua parte, praticar mais gestos de cidadania na tela. Se dá pra controlar quase tudo numa grade de programação, mesmo um BBB, não dá pra acreditar que não seja possível colocar mais atitudes de cidadania no ar, ainda que a fórceps. Qual a diferença entre mostrar uma rinha de galo em cadeia nacional e um estupro?  Me imagino na pele de um executivo responsável por uma marca de automóveis que estivesse patrocinando um circo destes. Teria ficado uma noite sem dormir, faria uma telecom com a matriz da empresa e repensaria rapidinho o patrocínio - mas isso é o que euzinho faria. Não ia querer minha marca metida em polêmica. Se você é um desses caras, ligue já pra outros dois ou três patrocinadores fortes e, em colegiado, exija um plano de contingência mais efetivo da Rede Globo, com direito a mudanças no perfil do programa. Não fez? Perdeu tempo, prestígio e dinheiro. E ganhou um risco, se a polêmica perdurar.
Reprimir a imprensa é um ato tão ante democrático quanto um Ministro mandar mais dinheiro pro seu estado de origem do que pros demais. Então não seria mal se algum juiz questionasse a Rede Globo plin plin por plin plin sobre o tal estupro no Big Brother. Mas o melhor antídoto mesmo pra esse tipo de coisa é o bolso do patrocinador, infelizmente. E se foi armação? Se tudo foi armação justamente pra criar polêmica, estuprador e vítima podem ter feito parte do "deixa disso" em troca de um cachê polpudo, claro. E se foi tudo milimétricamente pensado? Quantos advogados cuidadosamente mobilizados de ambas as partes são necessários pra que uma polêmica premeditada não saia do controle? Só tem um jeito: se você não tem filhos, vá transar nessa hora e de forma saudável, amorosa e criativa. Engane o patrocinador e aproveite o horário nobre pra uma prática nobre. Se você tem filhos, ofereça alternativas de coisas legais pra eles, dê livros divertidos, crie distrações saudáveis nessa hora pra que não exista o mínimo interesse por parte deles em ficar vendo o tal BBB. Dá um pouco mais de trabalho, mas não basta ser pai e mãe, tem que participar. O futuro da sua família agradece.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Bebê Micah McArthur vira estrela do Itaú



Bebê fôfo é o que mais vê no Youtube, mas um em especial tem chamado a atenção no horário nobre dos canais de TV brasileiros. Se chama Micah McArthur, 10 meses - ele faz festa e dobra risada cada vez que o pai rasga um pedaço de papel. O vídeo viral teve quase 35 milhões de acessos e por isso virou argumento da campanha "Sem Papel",  do banco Itaú. A campanha, super criativa, tem o objetivo de sensibilizar os clientes a uma atitude sustentável: abrirem mão do estrato em papel em prol do estrato eletrônico, ajudando assim a preservar o meio ambiente.

Parabéns ao Itaú e à Agência África pela sacada. Pra quem quiser conhecer o vídeo original, o link está abaixo do vídeio do Itaú.
fonte: Exame.com e Youtube

Terapia de Agendas Passadas

Pense em agendas velhas, muitas delas – é coisa de colecionador compulsivo. Não acredito que alguém em sã consciência guarde, por exemplo, uma agenda de dez anos atrás intencionalmente. Achei uma em casa e mordi a língua. Folheando aquilo, a primeira coisa que chamou a atenção foi a lista de telefones. Se eu ligar, quem vai atender? Alguns ainda encontro no Facebook, mas a voz não ouço a, pelo menos, cinco anos. Na parte dos compromissos, uma constatação. Ninguém anota uma coisa que JÁ fez, então agenda remete a presente e futuro. Ler uma agenda antiga me dá a impressão de vasculhar a história contada por outra pessoa. Escolhi um compromisso. Lembrei do caso, dos fatos, da minha atitude como se fosse ontem.  Recordo das pessoas envolvidas. Hoje, jamais teria feito daquele jeito. A decisão foi boa, mas desastrada, completamente desastrada, coisa de principiante. Só que isso dito pelo “Eu do Futuro”, não o “Eu do Passado”, que naquele momento era o Presente, dá pra entender? Vou folheando os itens e me dando conta que minha agenda de dez anos, na verdade, virou um tratado. Um tratado com o futuro de um passado pregresso que não pode ser mudado. O que tá lá, fica, mas me ajudou a mudar a forma de encarar minha agenda hoje, que preencho com cuidado. Tá ali um pacto com o futuro que não deixa opção - escolheu errado, já era. Daqui dez anos, o que era compromisso virou o meu legado. Será que é esse legado que quero deixar? 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BTG faz oferta hostil pelo controle da Hypermarcas

Por LÍLIAN CUNHA, PATRÍCIA CANÇADO, estadao.com.br, Atualizado: 11/1/2012
O BTG Pactual, do bilionário André Esteves, vem comprando ações da Hypermarcas na Bolsa desde a virada do ano, numa oferta hostil que pode chegar a R$ 1 bilhão, conforme informações da agência Bloomberg. Se considerado o valor de ontem, equivaleria a 15% da maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos farmacêuticos. O banco vinha negociando 'amigavelmente' a entrada no bloco de controle da companhia, segundo o Estado apurou. Mas, quando os sócios da Hypermarcas mostraram preocupação com um possível conflito de interesse com a Brazil Pharma, rede de farmácias controlada pelo BTG, a negociação parou. O banco, então, partiu para a ofensiva, comprando as ações no mercado secundário.
A informação de que o BTG Pactual negociava a entrada no bloco de controle da companhia foi divulgada na semana passada com exclusividade pelo Estado, na coluna 'Direto da Fonte', de jornalista Sonia Racy. A operação de compra de ações estaria sendo feita por meio de fundos do BTG, segundo fontes do banco. Oficialmente, o BTG diz que não comenta o assunto. O fato é que a movimentação de compra das ações da Hypermarcas tem sido atípica nos últimos dias, o que levou a Bovespa a cobrar explicações da companhia. Na última sexta-feira, a Bovespa enviou uma carta em que mostrava o aumento do número de negócios desde o dia 23 de dezembro (veja gráfico ao lado). Pelo ofício enviado à companhia, o volume negociado saltou de R$ 21,505 milhões para R$ 118,381 milhões até às 15h20 da última sexta-feira. A média dos últimos dois pregões foi de R$ 99,8 milhões, segundo a Economática.

O movimento é contrário ao que vinha ocorrendo com o papel da companhia. No ano passado, as ações desvalorizaram 62%. Só neste ano, porém, as ações acumulam alta de 25,65%.
André Esteves, do BTG pactual
ofensiva pela participação
no controle da Hypermarcas
Por causa da depreciação, vários outros investidores além do BTG teriam abordado a empresa, interessados em comprar ações no mercado e depois aderir ao bloco de controle, conforme fontes próximas à Hypermarcas. Essas seriam conversas ainda preliminares, de acordo com essas mesmas fontes. Fundos de participação em empresas (private equity) como os brasileiros GP e Tarpon e os americanos TPG e KKR estariam entre os interessados. Na segunda-feira, em resposta à Bovespa, a Hypermarcas divulgou nota dizendo que desconhece 'quaisquer fatos, informações ou eventos, inclusive qualquer manifestação formal de grupo de investidores para ingresso no bloco de controle da companhia, que justifiquem as oscilações registradas com as ações'. Os controladores da Hypermarcas estariam divididos quanto à entrada do BTG no bloco de controle, segundo fontes próximas. O fundador da companhia, João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, seria favorável. Os sócios mexicanos da Maiorem e Marcelo Limírio (ex-dono da Neo Química, vendida para a Hypermarcas em 2009) seriam contrários. Se chegar aos 15%, o BTG terá uma participação semelhante a dos mexicanos e inferior apenas à de Júnior, que é de 20%. A restrição tem razão de ser, diz Mauro Pacanowski, especialista no mercado farmacêutico. 'Uma empresa não pode controlar tanto o ponto de venda quanto a fabricação dos produtos comercializados nele', diz ele. 'Acredito que essa história irá parar no Cade', diz ele, referindo-se ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Pela nova legislação em vigor desde o final do ano passado, negócios que possam ferir o direito de concorrência devem ser analisados previamente pela autarquia.

A Hypermarcas vive a fase mais difícil desde que foi criada, no início dos anos 2000. Após fazer 23 aquisições, que somaram R$ 8,4 bilhões, a máquina de compras brecou diante de uma dívida de R$ 2,8 bilhões, Com isso, a ordem foi vender ativos. / COLABOROU FERNANDO SCHELLER
fonte: estadão.com (matéria na íntegra)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Mico" de Marketing na França - ponto pro concorrente


Campanha de roubas infantis...

O Marketing de Guerrilha não perdoa os vacilões. O que pode dar quando se junta uma foto para anúncio de roupas infantis, um descuido de um fotógrafo e um concorrente atento? Não achei o equivalente para “vacilões” em francês, então encontrei a elegante expressão “négligent”. Mas a soma disso tudo não podia dar boa coisa.
...deu a chance ao concorrente
A confecção francesa Le Redoute lançou sua campanha de roupas de praia e, apesar das “trocentas” revisões pelas quais um anúncio deve passar, tinha um cara andando peladão, calmamente pensando na vida, bem ao fundo da foto mais importante. A 3Suisses.fr, concorrente mais agressiva, estava atenta e lançou nova campanha na sequência – solidário aos consumidores, apelou pro deboche pra não perder o timming da piada. Veiculou uma versão ampliada do camarada, só que não mais como veio ao mundo. Deu uma sunga de presente pra ele e com a seguinte mensagem: "Claramente, nem todo mundo sabia que a gente também tem roupas de banho".
fonte: Blue Bus website

sábado, 7 de janeiro de 2012

Compra por Impulso - quando o cortex é o culpado (ou o lesado)

Dr.John Kable: lesões no cortex
e a compra por impulso
Todo mundo conhece alguém que simplesmente não consegue manter a carteira fechada quando chega numa vitrine. Tem gente que nem precisa botar o pé pra fora de casa. Faz a festa via web mesmo, paga o dinheiro que não tem comprando coisas das quais não precisa. A resposta  a esse comportamento pode estar numa lesão cerebral. Existe um canto escondido do nosso cérebro que se responsabiliza por fazer escolhas e atribuir valor a estas escolhas. Uma pesquisa conduzida pelo Neuroeconomista e Professor da Universidade da Pensilvânia John Kable e publicada no Journal of Neuroscience aponta que pessoas com  lesões no córtex pré-frontal ventromedial (causadas por infarto, aneurisma ou um tumor) tem dificuldade de tomar decisões combinando variáveis racionais e acabam pagando caro e comprando por impulso coisas das quais não precisam. Mas o estudo também fez um achado preocupante e inesperado: foram usados dois grupos de análise, um sadio e outro com lesões cerebrais. No grupo de “lesados”, 89% das pessoas realizaram compras por impulso. No grupo dos “não lesados” esse percentual foi de 68%.
Moral da história (ou do estudo): não é preciso ter lesão alguma pra se encher de carnês entulhando a casa de utensílios pra cozinha e aparelhos de ginástica. É a natureza compulsiva do ser humano, ainda sem uma lógica plenamente estudável. Segundo Samuel Pessoa, economista e consultor em depoimento para o jornal Folha de São Paulo, o estudo mostra que “A maioria das pessoas não está preparada para avaliar racionalmente todas as escolhas. Ser racional também tem seu custo".
fonte: folha.com, psicologado website, Tedx penn website

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Lei da Palmada? É de doer

Não apoio a Lei da Palmada. Jamais concordei que criança não tenha que levar uns petelecos vez por outra como parte do aprendizado. Vou repetir: petelecos. Segundo o dicionário, peteleco é um jogo, tipo futebol de dedo (nada ver com medida corrretiva). Pressione o dedo indicador contra o dedão da mesma mão e passe a fazer “alavanca” contrária com indicador enquanto o dedão segura, até a pressão ser insustentável e você ser obrigado a soltar o indicador pra frente. Isso é um peteleco – o que tiver na frente será empurrado pelo dedo indicador, em arco.
Na prática disciplinar, diferente do jogo, peteleco é uma figura de linguagem e pode ser um puxão de orelha ou uma palmada na bunda.  Pai normal, na hora do corretivo, fica escolhendo a parte mais carnuda da bunda pra dar aquela “palmada” que mal encosta. E depois, fica se condoendo de remorso. Não tem nada a ver com espancar a criança com raiva e prazer. Nada a ver com a atitude obsessivo-compulsiva de pais que descarregam suas vidas mal resolvidas em atos de tortura contra os próprios filhos. O que pensar de gente assim? Essa semana recebi de um amigo um vídeo relatando o drama pessoal que ele está tendo que superar. Agressão gratuita de uma mãe aos seus filhos pré-adolescentes. A forma como aconteceu e a maneira como a lei trata o assunto são inaceitáveis. Se nem o braço da lei consegue tratar o assunto de forma produtiva e coerente, falar de Lei da Palmada é alegoria. Aliás, a tal lei não especifica o que é uma palmada que possa gerar sofrimento e ser, portanto, enquadrada - isso quem define, pra variar, é a justiça. Belo exemplo da forma torta de como uma lei nasce no Brasil e ajuda a entupir o judiciário de pastas com processos demorados. A OAB já disse: Lei da Palmada sem orientação, é lei inócua. Concordo 100%.
Quando criança, apanhei algumas vezes do meu pai e não me lembro de nenhuma a qual não tenha realmente merecido. Se não fosse isso, talvez não tivesse aprendido lições sobre respeitar o próximo, ouvir os mais velhos, saber o limite das coisas, que estar no jogo muitas vezes vale mais do que vencer, essas coisas que nem todo mundo valoriza. Mas também lembro de pegar meu pai chorando pelos cantos por ter me batido em alguma dessas vezes e isso marca muito mais...
Veja abaixo video mencionado. Espero (e desejo) ao meu amigo Ednei Fernandes - que sua família supere com sabedoria, equilibrio e dignidade os momentos de sofrimento (Ednei, um abraço).