segunda-feira, 30 de abril de 2012

David Gilmour nos 50 anos da Fender - pra viajar

Set List:
MAROONED
COMING BACK TO LIFE
SORROW
Aquela chuva que promete ter vindo pra ficar, encorpada e com personalidade. Outono cinza, com cara de inverno. Dia de acordar mais tarde, olhar o céu e puxar a coberta um pouco mais pra cima. Segundo tempo. Ok, mas tem um monitor preto ali na frente que sugere um conforto a mais. Navego no youtube a vejo o tema ideal pra esse quadro - era dia 24 de setembro de 2004, no Wembley Arena (Londres, Inglaterra). Show em comemoração aos 50 anos da Fender (as guitarras mais conhecidas do mundo, até pelos leigos). Mister David Gilmour, a guitarra-persona do PinkFloyd, mostrou porque continua sendo Mister David Gilmour (como se ainda tivesse que provar algo a alguém...). Tocou com a Fender número um. Veja que presente de quase inverno chuvoso.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Psicopatas Corporativos - você ainda vai encontrar um

Imagine um Psicopata. Tipo frio, sanguinário. Ganha a confiança de sua presa, enquanto espera o momento certo de dar o bote. Mata de forma silenciosa, com uma faca de cozinha, uma lâmina de cortador de grama ou por estrangulamento. Os psicopatas normalmente nos remetem a criminosos de alta periculosidade, incentivados por filmes de suspense e terror. Mas a psicopatia é algo muito mais presente e sutil entre nós do que se imagina. É só dar uma checada nas atitudes que descrevem um psicopata: busca no outro ou através do outro aquilo que lhe dá prazer, mente descaradamente, se utiliza da crueldade com amigos, colegas ou familiares pra obter vantagens, não sente remorso ou culpa, não tolera frustração e não se constrange quando é pego mentindo. Opa, não é só em manicômios ou em prisões que se vê gente assim. Já vi gente assim sentada em reuniões de trabalho, com laser pointer na mão ditando regras - são apaixonantes. Já vi sim e você também. Pois é.
Estima-se que 20% da população carcerária no mundo são de Psicopatas e mais de 80% são mesmo serial killers (aqueles da faca e do cortador). E normalmente prazer, dinheiro, status e poder estão entre as principais motivações do Psicopata. Onde mais poderia existir ambiente fértil pras mesmas motivações? a empresa em que você trabalha. Segundo o Dr. Robert Hare, médico especialista em psicopatia, psicopata é “a pessoa que usa carisma ou medo e também uma combinação de técnicas para manipular outras pessoas – e não sente absolutamente nenhum remorso por ter essa atitude”. O Dr. Paul Babiak, psiquiatra americano especialista em treinamento, realizou um estudo envolvendo 200 altos executivos. O estudo revelou algo surpreendente: enquanto 1 em cada 100 seres humanos mostra sinais de psicopatia, no mundo corporativo esse número é de 1 pra cada 25. Ou seja, você tem 4 vezes mais chances de topar com um psicopata no cafezinho da sua empresa do que na rua. Psicopatas correm risco, são agressivos, gostam de estar no controle, são envolventes, eloquentes e charmosos. Que empresa não quer um executivo assim, principalmente em momentos de crise interna? Mas isso dá resultado? Pior que dá. Em um ambiente extremamente competitivo, daqueles em que a empresa rankeia os “Stars” e expõe os “Hot Box” com prazo de validade pra dizer a que vieram, a linha que divide a sanidade da ética costuma ser muito, muito fina. Veja, eu comparei sanidade com ética – é isso mesmo.
Mas, se por um lado, ter um Psicopata na liderança pode trazer resultado no curto prazo, o histórico recente de companhias pegas em atitudes nada sustentáveis indica o futuro. Na ânsia para atingir resultados, esses “líderes” começam passando por cima de colegas indigestos, intimidações à equipe, roubo descarado de projetos e vão até o ápice da organização. Burlam regras de complience, colocando a empresa em xeque. O sumiço da Enron americana é um bom exemplo disso, porém exemplos definitivos como este não diminuíram o apetite dos psicopatas. De acordo com pesquisa feita pela PWC, 30% das empresas no mundo são vítimas de fraudes a cada ano. O Dr. Hare publicou uma lista de 10 indícios que ajudam a identificar um Psicopata Corporativo, agrupados em Relacionamentos, Sentimentos e Estilo de Vida:
Relacionamentos

1)      Sociável “ma non troppo” – os relacionamentos são sempre superficiais e jamais se importa com o conteúdo, e sim em como vendê-lo.
2)     Narcisista - preocupa-se apenas e tão somente consigo mesmo.
3)     Manipulador - mente e usa as pessoas para conseguir o que quer.

Sentimentos

4)     É Frio e calculista - racional e calculista, pois tem pouca atividade no sistema límbico, centro de emoções como medo, tristeza, nojo.
5)     Não tem remorso nem culpa - a parte responsável por isso no cérebro tem baixa atividade.
6)     Sem empatia - não consegue se colocar no lugar dos outros.
7)     Irresponsável - só se compromete com o que lhe trouxer benefícios.
Estilo de Vida
8)     Impulsivo - Tenta satisfazer as vontades na hora.
9)     Incapaz de planejar - Não estabelece metas de longo prazo.
10)  Imprudente - Corre riscos e toma decisões ousadas.
Se você já suspeita de que seu colega mais camarada ou seu chefe estão nesse grupo de eleitos, pouca coisa dá pra fazer. Não tente estabelecer vínculos ou afinidades, é perda de tempo. Até porque o psicopata é um exímio "leitor de pessoas" e, em percebendo esse seu esforço, vai se sentir ultrajado e achar você bastante pretencioso, afinal de contas você "nem chega aos pés dele". Desde afastar-se da alça de mira até ir agilizando seu networking são atitudes sensatas e imediatas. Noutra empresa não vai ser diferente. Mais hora menos hora você vai topar com outra dessas aves raras, a coisa é matemática. As empresas estão mesmo doentes – essa é apenas uma das patologias. Mas ao menos você ganha tempo e saúde pra seguir trabalhando e mostrando seu melhor desempenho. Melhor assim.
fontes: The Week website, Folha online, Babiak website, Revista Superinteressante, wikipedia

terça-feira, 24 de abril de 2012

Doodle - criatividade elevada à décima potência

Se você me perguntasse qual idéia eu gostaria de ter tido...
Doodle em homenagem a Gideon Sundback,
inventor do ziper
Doodles. Que idéia! É de se rasgar de raiva. Dá aquela inveja "do bem", aquela travestida de admiração. Quase sempre que abro o Google, em datas especiais, o logo deles está lá, estilizado e homenageia a data em referência. São milhares de estilizações conhecidas e elas tem um nome - “Doodle”. Em marketing, mexer no logo da empresa era heresia. Eu disse era, porque foi-se o tempo no marketing ortodoxo. Meu professores diziam que mexer no logo podia afastar o consumidor da identidade da marca. Bobagem. Pra variar, mais um daqueles “paradigmas” em marketing (minha modesta e espinafrada opinião). Se fizer a coisa direito, com inteligência, acontece justamente o contrário. Fui ver de onde veio a idéia dos famigerados “Doodles” – veio dos donos do Google, Larry e Sergey, nos anos 90, ao criarem o primeiro desenho. Queriam chamar a atenção para a participação do Google no Festival Burning Man (espécie de festival da contra-cultura, que acontece todos os anos no deserto de Nevada, EUA).  Hoje, uma equipe de desenvolvedores cuida de cada desenho e recebe milhares de idéias de adoradores mundo afora.
Segundo o site do Google, realmente já foram mais de 1000 estilizações, em alusão aos mais variados motivos. Quando o inventor da guitarra Les Paul morreu, em 2011, o Doodle em sua homenagem foi tão acessado virou um site a parte e permanente. O Google mantém um museu virtual dos seus Doodles e pode ser acessado nesse endereço: (Doodle Les Paul) - clique e brinque, é divertido. Vida longa ao Google Genial Marketing (GGM). Que raiva, adoraria ter tido a idéia desses Doodles. Ao menos tá criada uma nova vertente de Marketing, o GGM...será que pega?
fontes: Band.com, Burning Man festivel website, Les Paul website, Google website.

Rápidas de Humor Intrépido - O Amor

....O amor nos tempos dos Laptops e Ipads.
Você certamente conhece algum casal assim.




quinta-feira, 19 de abril de 2012

Que tal jogar um Squash de qualidade? É só treinar!

Sempre fui muito adepto a um bom treinamento. Se você quer ser bom em alguma coisa na vida, vai ter de repetir diversas vezes a atividade que está a fim de realizar. Digo isso não apenas nos esportes, mas pra qualquer área da vida, "a pratica leva a perfeição" sim! Se você quer aprender a falar bem inglês vá e pratique, se quer aprender bem a escrever, pratique a escrita, se quer aprender a tocar algum instrumento musical, idem. O mesmo acontece para o Squash. Não tem segredo algum. Você quer ganhar posição na sua categoria, você quer ganhar daquele seu "arquirrival", ou ganhar o titulo do seu estado, da sua região, quer melhorar seu jogo, pratique, pratique, pratique.

Nas academias onde dou aula, sempre tem aqueles que não querem saber de treinar, apenas jogam com seus parceiros. É obvio que isso depende exclusivamente do objetivo do jogador. Se o objetivo for apenas suar e dar boas risadas então tudo bem, vá lá e arrebenta a bola na parede, mas assim como já disse em um post anterior, não acredito que alguém entre numa quadra de Squash sem querer ganhar. A pessoa até pode falar que vai para se divertir, mas quer sair do jogo vitorioso. E para que isso aconteça não pode dar uma de Romário e ignorar os treinos. Você repetirá diversas vezes os fundamentos até que comece a acertar sem pensar. Como treinar fundamentos como drops, boasts ou saques apenas jogando? Durante um jogo normal repetimos poucas vezes estes fundamentos, e muitas vezes nem os usamos. Enquanto isso em um treino de drop você, em 5 minutos de exercício, repetirá mais de 100 vezes o movimento, melhorando a sua precisão. Isso dará mais habilidade e confiança para, no momento do jogo, conseguir acertar.

Jogadores que apenas jogam sem os treinos, aderem a um estilo de jogo no mínimo previsível, com muitas bolas no fundo de quadra, e sem definições nas horas que é preciso. O jogo se torna uma correria só e muito cansativo. Se você dedicar de 15 a 20 minutos antes de seu jogo para alguns drills (sequências de batidas) de drops, paralela, boast... Verá que esse aquecimento vai trazer grande melhora em seu jogo. Mas calma, não basta treinar duas semanas, ou um mês e pronto. Deve ser algo constante e você melhorará a passos curtos, terá uma evolução gradual. Não pense que um instrutor de squash fará mágica e que, do dia para noite, irá fazer você acertar mais drops do que nunca. Isto é uma coisa que se adquire com o tempo, e quanto mais você treinar, melhor será. Muitas vezes vejo um aluno que há tempos não treina, e na véspera de um torneio quer treinar enlouquecidamente. É obvio que vou estender a mão, faço o possível para ajudá-lo, mas jamais farei milagres. Imagine você ficar o ano todo comendo e bebendo, fazendo festa e sem atividade física alguma. Um belo dia, antes de ir para praia no final do ano, você contrata um personal trainer e pede, com a maior cara de pau: "- Olha só,  queria ficar com barriga de tanquinho, me ajuda??". Sem chances.

Programe-se junto com seu instrutor de Squash, faça treinos periódicos e, o mais importante, tenha paciência. No Squash não tem muito o que se inventar. Não vai ter muita alternativa além de ficar batendo a bola na parede repetidas vezes. Quer uma dica? Pratique com música. Vale um Iphone, MP3, o que for preciso para ajudar nas repetições. Escolha aquele som que te move pra mudança, que marcou sua vida. Quer melhor ocasião pra essa trilha sonora?

...Bora suar a camisa!!

Fabio Milani  - Professor de Educação Física pela Universidade de Maringá. Pós Graduado em Atividade Física e Saúde pelo Centro Universitário de Maringá. Professor e Técnico da Equipe de Squash de Maringá e Londrina. Campeão paranaense 1ª classe de Squash - 2011

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ranking de Prosperidade


Venezuela e Finlândia
"quase" iguais
O que nos empurra é o otimismo
O Gallup, famoso instituto de pesquisa, publicou um estudo onde procura medir o sentimento de prosperidade da população de 155 países pesquisados desde 2005, o Gallup® Global Wellbeing. O estudo busca saber quanto por cento das populações destes países se considera “prosperando”, “batalhando” ou “sofrendo” (metodologia utilizada: Cantril Self-Anchoring Striving Scale - busca mensurar diversos aspectos do bem estar, cruzando informações tais como se a população está sorrindo, se é tratada com respeito, preocupações, aprendizado e até stress e dor física).

Pra variar, os quatro primeiros países do ranking onde o pessoal mais se sente prosperando foram Dinamarca (79%), Suécia, Canadá (69% cada) e Austrália (65%). E na lanterna da lista, também sem surpresas, ficam os países africanos: Togo (1%), Burundi e Comoros (2% cada). No caso da África, se percebe algum sinal de otimismo na Libéria onde 90% dos pesquisados se sentem “batalhando”. A surpresa é a América Latina, melhor continente classificado (média geral de 42%), sendo que a aberração latino americana ficou por conta da Venezuela. O berço de Hugo Chavez aparece com 65% de sentimento de prosperidade, empatado com a Finlândia (?!). O otimismo Venezuelano merece destaque – num outro ranking, mais famoso, o IDH, a Finlândia figura em 24º lugar, enquanto o “Paraíso Chavista” aparece em 73º. O Brasil tá bem na fita, com 58% de percepção de prosperidade e junto com países como Canadá, Estados Unidos e Costa Rica (líder do ranking Latino Americano). O otimismo brasileiro não deve nada aos hermanos venezuelanos: no IDH, ficamos em 83º e, segundo o IBGE, temos mais de 16 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza (com menos de 70 reais por mês), o que equivale a cerca de 8,5% da população. Ainda assim apenas 2% dos pesquisados brasileiros se consideram “sofrendo”. Vai ser otimista assim....
fontes: Gallup® Global Wellbeing, blog Tijolaço, wikipedia, IBGE website

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Quem promulgou a Lei de Murphy?

Um Gurú do Marketing ou um Monge Tibetano?
(Por Luiz Souza Filho)
Stapp e Murphy - criador e criatura
Nenhum dos dois. Foi um baiano. Nós mortais apenas a endossamos e usamos para justificar nossas falhas e as de outros trapalhões mundo a fora. E chegou ao Brasil na década de 1960, junto com os então modernos sistemas de gestão de projetos trazidos pelos executivos americanos e consagrou-se como o matricida da lei. Isto mesmo. Foi um filhote que passou a assassinar a própria mãe e chamou-se primeiro double-check e posteriormente triple-check. A Lei de Murphy é um adágio (uma máxima), mas na verdade é um folclore. Pelo contexto em que surgiu, assumiu ares de coisa séria. E o que é pior: seu autor não é Murphy. E o ainda mais pior (licença poética) é que seu autor foi um brasileiro e baiano chamado John Paul Stapp.
John Paul Stapp, nascido em 1910 na Bahia e foi com a família, ainda jóvem pro EUA, onde morreu em 1999, no Novo México. Na época do nascimento da Lei de Murphy, ele era Ph.D., médico e Coronel da Força Aérea Americana. E como tal foi um pioneiro nos estudos dos efeitos das forças de aceleração e desaceleração no organismo humano, Stapp ficou conhecido como o "homem mais rápido da terra”. Stapp foi escolhido pela Força Aérea para ser "cobaia" de testes de resistência humana a grandes acelerações. Chegou a pilotar um trenó com propulsão por foguetes. Antes dele, estimava-se que um ser humano suportaria no máximo uma aceleração equivalente a 18 g. Stapp desfez essa barreira, experimentando mais picos de força “g” que qualquer outro humano. Durante os testes quebrou membros e costelas, teve descolamento de retina e outros. No decorrer de sua vida algumas lesões comprometeriam sua visão pra sempre. Em um de seus últimos testes, Stapp foi submetido ao equivalente a 46,2 vezes a força da gravidade. A contribuição para os projetos aeronáuticos que essas pesquisas trouxeram, além de fundamentalmente importantes, são largamente disseminadas e difíceis de quantificar.
E onde é que entra o Murphy na história? Chegamos em Edward A. Murphy. Era um dos engenheiros da equipe de Stapp que trabalhavam nos projetos de teste à tolerância humana à aceleração. Em 1949, o baiano-americano bateu o recorde de aceleração, mas não pôde festejar. Os acelerômetros do trenó-foguete simplesmente não funcionaram. Desolado, Stapp pediu ao engenheiro Murphy para identificar a falha. Descobriu que um técnico ligara os circuitos do veículo ao contrário. No relatório de falhas, Murphy anotou: "Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas pode redundar em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma". John Paul Stapp era tido como espirituoso, carismático e popular com seus colegas e com a imprensa. Também colecionava eufemismos e adágios, a ponto de conservar um caderno de anotações cheio deles - lendo aquilo, não perdeu tempo. Popularizou a expressão ao comentar em uma entrevista à imprensa o diagnóstico do engenheiro-auxiliar:"Se alguma coisa pode dar errado, dará" e estabelecendo aquela que viria a ser conhecida como a Lei de Murphy. A vida do baiano Stapp foi dedicada à segurança aeroespacial em particular e à segurança em geral. Seu legado? A popularização do cinto de segurança e da cultura de segurança automobilística.
A Lei de Murphy foi de tal forma incorporada à cultura de processos a ponto de surgirem filhotes, tipo: "O pão sempre cai com a manteiga para baixo", ou “Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo” ou a pérola: “Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.”
fonte: wikipedia

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Camisinhas que "twittam" quando entram em ação


Eu pensava que twittava-se coisas escritas (até arremedos de idéias, vai). Você também? Ok, me sinto melhor agora.  Mas acredite, agora twitta-se coisas. Semana Nacional da Camisinha nos Estados Unidos (National Condom Week, 09 de abril 2012). No estado de Washington, 55 mil camisinhas foram distribuídas universidades afora. Parece nada, comparado com as mais de 500 mil distribuídas pelo governo brasileiro. Só que essa camisinha tem um “a mais”, um “Q” tecnológico. Elas têm um código de resposta rápida – um twitt. Assim que a camisinha entra em ação, ela “twitta” para um site e passa a fazer parte de uma espécie de mapa do “rala e rola” no estado. Os “twitteiros” podem fazer comentários sobre a qualidade – se foi legal, sem graça, etc...
Camisinhas que "twittam"
Esbocei um riso quando li isso, mas engoli de pronto. Não dá pra rir disso. A idéia vale e vale muito. Em saúde pública vale tudo, se for pra arrancar uma reação decente de quem tem meio neurônio e, quando funciona, pensa com a cabeça de baixo – vale sim. Perdão, mas não tem outra razão pra alguém simplesmente transar sem se proteger e não vejo outra forma de expressar isso. Tem mais de oito mil referências sobre a “camisinha que twitta” no Google e acho pouco, considerando que tudo o que gira em torno da web é hiperativo. Criar motivos divertidos pra que os adeptos se protegessem cada vez mais foi a idéia de quem idealizou o movimento. Mas tem que usar direito, respeitando a finalidade. Ou você duvida que vai ter "mané" abrindo embalagem de camisinha só pra ficar contando as "twittadas"? Não vale. Mil vezes qualidade que quantidade.
No Brasil, país modelo em distribuição de medicamentos anti-HIV na Rede Pública, temos o tímido Dia do DST-AIDS, em 01 de dezembro - aquela campanha do lacinho vermelho, indefectível. Nada é tão bom que não possa ser imensamente melhorado. Boa chance pra aprendemos um algo a mais com as camisinhas que twittam. Ou não?
Veja o site com o “foursquare” dos festeiros - clique aqui.

fontes: F5, Were did you weare it website, folha.com

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Brasileiros gastarão mais com remédio em 2012

Brasileiros devem gastar R$ 63 bi em remédios em 2012

Os brasileiros devem gastar, em média, R$ 386,43 com medicamentos neste ano. Segundo pesquisa do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), no total, o comércio de medicamentos deve movimentar R$ 63 bilhões, em 2012, o que representa um crescimento de 13% frente ao ano passado. A classe C será a maior consumidora de medicamentos, com 43,22% do total. Em seguida, aparecem as classes B, com 36,65%, e A, com 10,40%. Já a classe DE representará a menor fatia do bolo. Nesta faixa, o consumo de medicamentos será de 9,73%, em 2012.
Valores - Considerando a movimentação, a classe C deve consumir R$ 27,24 bilhões em medicamentos no decorrer do ano. A classe B será responsável por movimentar R$ 23,9 bilhões em medicamentos, seguida pela A, com R$ 6,55 bilhões.
fonte: uol notícias - economia (matéria na íntegra)

Acupuntura - tratando a dor com critério, qualidade e credibilidade

Pergunte a um leigo de bate e pronto: “o que é acupuntura?” e a resposta não vai fugir muito à regra: um especialista, normalmente chinês ou japonês, espeta umas agulhas fininhas em você e isso vai curar um monte de dores. Esta visão leiga perpetuada, junto com o fato de a regulamentação da prática no Brasil ser confusa, torna difícil o entendimento da acupuntura e sua dimensão como benefício à saúde.  A Acupuntura é uma intervenção de origem milenar chinesa, onde o especialista perpassa a pessoa com dezenas, às vezes centenas de pequenas agulhas da finura de um cabelo. O local exato é chamado ponto de acupuntura e pode ser estimulado por meio de manipulação ou corrente elétrica. Acredita-se que este processo estimule a liberação de endorfinas, um opióide natural produzido pelo organismo sempre que temos sensação de prazer. A endorfina age como um analgésico para dores das mais variadas, o que explicaria o sucesso de determinados tratamentos com as agulhas.
Chamou a atenção uma recente decisão judicial em Brasília. O Tribunal Regional Federal da 1ª região determinou que apenas médicos podem praticar Acupuntura. Então até hoje não era assim no Brasil? Basta fazer um curso e sair espetando? Acupuntura é um procedimento evasivo e ponto. Pode até ser minimamente evasivo, mas é fato. Existem diversos estudos comprovando os efeitos benéficos dessa prática, muito embora a elaboração dos mesmos seja extremamente complexa. Um documento da OMS reconhece a Acupuntura como medicina complementar e lista uma série de patologias cujos pacientes poderiam obter benefícios comprovados. São elas: dor cervical (melhora em 67% dos casos), renite alérgica (melhora em 97% dos casos), cólica Biliar (eficácia em 72% dos casos), insônia (normalização do sono em 98% dos casos), dores faciais (analgesia em 100% dos casos), enchaqueca (eficácia em 80% dos casos), dores lombares e no ciático (melhora em 72% dos casos) e dor no joelho (melhora em 65% dos casos).  E o mesmo documento é cauteloso em separar também doenças para as quais já existe percepção de melhora, porém faltam comprovações científicas complementares. E, da mesma forma, separa indicações para as quais o acupunturista precisaria ter os conhecimentos de um médico para gerenciar o tratamento.  
Há quem defenda que só um profissional capaz de fazer anamneses e diagnósticos precisos sobre o estado do paciente deveriam ter licença pra a prática – nesse caso, ficariam os médicos, dentistas e veterinários. Não vejo aí a solução. A procura cresce e simplesmente restringir só aumenta o interesse de quem quer ser tratado, um prato cheio para o “mercado paralelo” das práticas ilegais. Em países os quais o tema é levado a sério, existem cursos superiores de acupuntura, tal qual enfermagem ou medicina. Só nos Estados Unidos, são cerca de 50 escolas acreditadas pelo Accreditation Commission for Acupuncture and Oriental Medicine (ACAOM), uma espécie de “OAB”(*) da medicina oriental no país.
Resumo da ópera, quem quiser exercer tem que provar que sabe, estudando muito -  vai pra faculdade.  Acreditação é por mérito, não por pressão política ou social. Nada mais justo, nada mais milenar.
fontes: Guidelines o Basic Traning and Safety in Acupunture, Acupunture reviews, analysis of reports and controlled clinical trials (OMS), Acupunture Today, ACAOM website, e Revista época.

(*) OAB - Ordem dos Advogados do Brasil - tradicional entidade encarregada de regulamentar e fiscalizar de forma rigorosa o exercicio da advocacia no Brasil.

sábado, 7 de abril de 2012

Páscoa e Porquinhos da Índia

Páscoa lembra coelhos. Mas não tenho uma história de coelhos pra contar. Então lembrei de uma legal sobre porquinhos da Índia, aquelas fofuras. “Cui-cui” é o nome em outros países por causa do barulho que fazem.  Quando era garoto, ganhei de Páscoa um porquinho da minha tia, branco com uma mancha no olho, um pirata perfeito. Não tinha visto muitos assim em lojas de animais. Qual a criança que não se encanta por um porquinho da Índia? Aliás, gente que não gosta de bicho, desconfie. O nome “Porquinho da Índia” não tem nada a ver com suínos, pois são roedores. E reza a lenda que não tem nada a ver com a Índia também. Esse nome aconteceu porque os nativos da região que seria a futura América Latina pós-descobrimentos criavam os Cui-Cui pra comer.
Tudo certo com o tal porquinho, não fosse meu primo, espírito de porco, dar uma porquinha pra minha irmã também.  Em dois meses tínhamos 24 porquinhos em casa – eles só pensam em sexo e na disputa pelas fêmeas, os machos se atracam. Aprendemos isso apartando a bicharada. A gritaria era angustiante, um prato cheio pra minha mãe, que estava quase louca. Lindos bichinhos, comeram também algumas almofadas de estimação...depois se desfaziam delas pelo caminho, deixando um rastro de minúsculas azeitonas pretas por todo o sofá. Aquilo deixava petit pois as calças de quem displicentemente sentasse por alí. Um dia, a empregada esqueceu a gaiola aberta. Não sei como os gatos da vizinhança não fizeram a festa, mas desconfio: nossos Cui-Cui estavam bem gordinhos, difíceis de carregar na boca e bem maiores que ratos comuns. Com tanta oferta fácil, se eu fosse um gato, desconfiaria. Nesse dia tinha porquinho pela casa toda, parecia mesmo caçada a ovos de Páscoa fora de época. Minha vó quase quebrou a bacia pra não pisar num deles que insistia em se esconder em um dos seus sapatos. Esses bichos têm um problema respiratório congênito, por isso, morrem muito. E se você tem muitos, imagine que nossa casa virou um velório. Sempre que morria um, minha irmã surtava, e por tabela, minha mãe. Nosso pátio virou o cemitério de Arlington, só que sem aquelas cruzes brancas que aparecem em tudo quanto é filme de guerra americano. Minha vó gostava de arrancar salsa da horta. Volta e meia era um grito de horror quando, sem querer, exumava um bicho.
Um dia, surtou meu pai. Cansado de chegar em casa e ter sempre o tema porquinhos pro jantar, juntou aquilo tudo no carro e tocou pra feira de animais. Vendeu todos por uma bagatela. O luto lá em casa durou uma semana, depois era só alegria. Pense bem antes de presentear seu filho com algo, digamos, criativo e interativo. Sua dor de cabeça agradece. Boa Páscoa!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Abril não é apenas um mês

Abril Despedaçado (Walter Salles Brasil – Suíça – França – 2001). Nesse filme terno e comovente, o amarelo-deserto é a cor que, em seu funcionamento como significante-mestre desta linguagem cinematográfica, articula uma fala que remete o espectador para o universal

"O que me chamou a atenção é que já é abril. É hora de romper o silêncio aqui porque descobri recentemente que tem gente que nota quando minhas linhas cansam. Bom saber. Então abril avança e me cutuquei até dormir pensando o que escreveria. Acordei e pensei, abril despedaçado. Sai procurando google adentro pela expressão abril despedaçado e me chamou o trecho que abre este post, de autoria de José Paulo Bandeira da Silveira, cientista político e Professor-Doutor da UFRJ. Não pelo título do Silveira, mas pela referência à cor, despertei. Amarelo – deserto. Choque, transe, sonolência. Amarelo-deserto pode ferir, ao mesmo tempo que nos mantem em dormência. Repare nos finais de tarde deste abril. Amarelo-deserto, rosa-vulcão, vermelho-pálido, azul-bolha. E o céu parece anunciar a chegada de um fato, de um aniversário, de um brilho nos olhos, o ônibus que estaciona na plataforma lá no canto. E partem. Ônibus, o ano velho, a notícia no jornal, fica só o brilho nos olhos, que acalma, fascina, transborda aos sentimentos nem sempre os melhores. Abril, monte suas peças, siga seu rumo, sobreponha março, mas não proíba maio."
fonte: Poesia com Bobagem (Amanda Reis) - matéria na integra