Meu
post hoje é voltado para o jogador amador, aquele que joga poucas vezes ao dia,
que não se dedica tanto aos treinos, que não depende de títulos ou vitorias
para sobreviver. E é este mesmo cara que muitas vezes entra em um grau de nervosismo
fora do comum quando se trata de torneios. E quando eu falo em torneios entenda
desde o campeonato brasileiro de classes até aquela oposta boba que você faz
com o amigo valendo uma simples bebida ou um almoço.
Vamos
ser francos uns com os outros, ok? Jogar preto no branco. Em que sua vida
mudaria com uma vitoria a mais ou a menos em um torneio, ou mesmo se tiver que
pagar aquela bebida? O máximo que aconteceria é seu colega tirar aquele sarro,
mas também coisa que não dure mais do que 1 ou 2 dias.
Não
quero que você jogue sem vontade de ganhar, muito menos vontade de competir. Quero
mostrar que muitas vezes quando você coloca muita pressão em uma partida
atrapalha o seu rendimento. Acredito que a pressão que cada um coloca no jogo define
quem será o grande vencedor. Criamos “fantasmas e assombrações” antes de cada
partida, que acabam transformando simples jogos em um caso de vida ou morte.
Causando nervosismos, insônia, tremedeira, incontinência urinaria, assim por
diante.
Quando
se tira a obrigação de ganhar, o jogo fica fácil, o jogo flui. Você já jogou
com aquele cara de nível mais alto que o seu e acabou sendo um dos melhores
jogos da sua vida? Isso simplesmente acontece porque você não tinha
responsabilidade de ganhar. Agora imagine se você conseguisse jogar assim com
um cara do seu nível. Eu, na qualidade de técnico, vejo muitos mestres,
doutores e pós-doutores em muitas áreas da vida perderem o controle por um
simples jogo, em que no dia seguinte (até mesmo instantes após o jogo) suas
vidas continuaram do mesmo jeito.
Imagine
você em um torneio na sua academia, ou na sua cidade ou estado, tanto faz.
Pegue um torneio que te deixaria nervoso e ansioso e seu jogo é daqui a 15
minutos. Batimentos cardíacos acelerados, você esta suando, coisas do tipo.
Vamos analisar tanto a pior quanto a melhor hipótese do que acontecerá. Você
pode entrar na quadra perder de zero, fazer feio. Pergunto-lhe: o que isso irá
acarretar na sua vida? Algumas pessoas que estavam assistindo vão pensar que
você não joga bem...e daí? O que isso vai acarretar para você no dia seguinte,
no seu trabalho? Nada. O máximo será responder a algumas perguntas de alguns
interessados do tipo “e ai como foi o torneio?”, você responderá “vixi, fui
mal, perdi”, e ai? Nada mais. Agora vamos ver a hipótese otimista. Você ganha,
joga muito. E então? Aposto quanto quiser que nada vai acontecer de diferente
do que citei acima. Responderá ao amigo que você ganhou e nada mais, no máximo
um “parabéns” e pronto.
Portanto
meu caro amigo entre no jogo para se divertir, aproveite o seu momento de lazer,
não se preocupe tanto. Afinal de contas é apenas um jogo.
Fábio Milani,
Professor de Educação Física pela Universidade de
Maringá. Pós Graduado em Atividade Física e Saúde pelo Centro Universitário de
Maringá. Professor e Técnico da Equipe de Squash de Maringá e Londrina.
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