quarta-feira, 12 de junho de 2013

Tatuagens são pra sempre

Tatuagem é pecado. É de Deus, do Diabo. É arte, dúbia. Assim falou o Google. Bordar a pele de cores quentes, sóbrias ou sombrias, não importa. O ato de tatuar a pele vai ser sempre alvo de polêmica. Ou se ama ou se odeia. Mas é uma estampa única e pode ser pra sempre. Sim, porque uma vez realizada a tatuagem, o tratamento a lazer pra retirá-la é caro, demorado, dolorido e não garante resultado. Não falo aqui de obsessões, mutilações, autoflagelos. Existe exagero pra tudo, até pra tatuagens. Perdoem os adeptos, mas coisas como escarificações (modificação do corpo por meio de cicatrizes), por exemplo, não fazem o menor sentido (minha opinião). Então nem quero estender o papo sobre isso.

A dermopigmentação (é o nome técnico, que chique) é coisa antiga, coisa de 4.000 anos antes de Cristo (povos do Egito e aborígenes da Polinésia ou circunvizinhos usavam a tatuagem em rituais religiosos). Quem se encarregou de espalhar o costume mundo afora foram os marinheiros ingleses e a fama de mau veio também de lá. No século 19, os presidiários da terra da rainha eram identificados por tatuagens. Mas aquilo que era sinônimo de transgressão e rebeldia no passado, foi mudando de patamar. Dá história da tatuagem a internet está cheia de referências, então não vou me estender aqui.

Como disse no início, a polêmica sobre tatoos deve ser tão antiga quanto elas próprias.  Apesar de ter perdido a histórica aura de marginalização nem ser mais algo restrito à garotada contestadora, invariavelmente a tatuagem declara um estilo. Por isso, em ambientes mais conservadores (como algumas empresas, por exemplo), tatuagens não são bem vindas. Está mudando, mas é uma realidade.

Se dói? Claro que dói e não é pouco. Não é frescura. A tolerância a dor é algo bastante pessoal, mas daí dizer que não dói, esquece. Palavra de quem entende – China, tatuador carioca com estúdio na Ilha do Governador a mais de 25 anos, acredita que seja um dos poucos tatuadores no mundo a não ostentar sequer uma tatuagem (isso mesmo). O motivo? Não tenho nenhuma tatuagem, porque dói muito”. Vai duvidar?

China, do Rio de Janeiro
"dói muito"
Sobre o preconceito de determinadas religiões? Alterar o corpo remete a alterar a ordem natural das coisas, um comportamento cultural e historicamente condenado por várias religiões de fato e pseudo-religiões. Mas nesse particular, sinceramente, existem posições muito mais assustadoras e preocupantes do que tatuagens. Então não discuto hipocrisias nem entro nessa seara, só respeito e lamento. 

Outro detalhe importante, se você pretende se tatuar: se o tatuador não usar material comprovadamente esterilizado e não descartar luvas e agulhas, saia correndo enquanto é tempo. 


fonte: jornal o estadão.com, pavablog, wikipedia e G1

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