segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Vai ter terceiro turno


Terminadas as eleições presidenciais 2014, tirou-se o manto da dúvida, acirrada pelos embates e mínimas vantagens cantadas por pesquisas e prévias para ambos os lados, durante todo o processo – Dilma Rousseff está reeleita por mais quatro anos. Mas não vai ser assim tão fácil. A Presidente ganhou por magérrima vantagem e herda (dela mesma e seus asseclas) um país de metade desconfiadíssima. Sem crescimento econômico, sem incentivo ao emprego, desgastado pela megalomania do PT e pela corrupção, Dilma vai ter muito mesmo a explicar. Talvez gaste mais da metade do mandato se defendendo e desviando do alvo das investigações. Vai ser difícil desviar, por exemplo, dos desdobramentos da Petrobrás – outro Mensalão. Tudo isso vai tornar o desafio de Dilma muito mais aguerrido e difícil do que foram os dois turnos da eleição. Isso é só o começo de um caminho que só poderia ser mais obscuro se Michel Temer viesse a assumir um país pós-impeachment (três toques na madeira).

E, quem sabe agora, o país tenha quatro anos de oposição de fato - forte e presente, como era o PT de antigamente. Ao menos Aécio Neves declara que essa será sua função, preparando-se pra voltar à carga em 2018. Vamos ver pra crer. Aliás, choque de credibilidade vai ser o nome de outra batalha duríssima a ser travada pela Presidente. E não adianta dizer que o país não está dividido. Mentir deu certo durante as eleições, mas agora é vida real, Presidente. E o fato é que jamais o PT ganhou com margem tão apertada desde a redemocratização. Vai ter que fazer o que não fez nos últimos 12 anos e dar demonstrações bem mais republicanas de que não está de fato de braços dados com a corrupção como forma de continuísmo ao seu plano de poder. Milagre, ninguém faz. Nem o PT. Nos vemos em 2018.